sexta-feira, 11 de maio de 2012

O (INSUPORTÁVEL) CUSTO BRASIL


 
 Publicado no "Jornal da Região" , 25 de abril de 2012, edição nº 1.176

 
                                                                          O (INSUPORTÁVEL) CUSTO BRASIL
 A carestia está assustando, ao mesmo tempo que afugenta consumidores e turistas, sejam eles nacionais e estrangeiros.

Temos a energia elétrica, o petróleo e seus derivados, e o telefone, entre outros itens, mais caros do mundo. Isto, sem falar na água, na burocracia,  na hospedagem, na diversão, na gastronomia, com destaque para as redes de "fast food", os horti- fruti, os transportes, pedágio, em certos setores de prestação de serviços, no preço e aluguel dos imóveis e do dinheiro, em boa hora reduzido por força da pressão do empresariado. Por isso que a cada ano é crescente o número de brasileiros que preferem fazer compras lá fora, levando bilhões para engordar as economias em crise.

Claro está que  a elevadíssima carga de impostos  tem um peso significativo nesse cardápio indigesto.
Os tecnocratas da Fundação Getúlio Vargas são responsáveis, em parte, pela cascata de invencionices despejadas diariamente na mídia; enfim, pelos índices fictícios que vêm iludindo a todos, mesmo com os cálculos tomados pela média, ou por amostragem.
Ora, se você entra numa padaria, num supermercado, num shopping e em lojas de rede, verifica, de cara, que esses critérios não medem coisíssima nenhuma. Está todo mundo enganando todo mundo, ou, como  queiram, a maioria vem sendo ludibriada por uma minoria de manipuladores antipatriotas irresponsáveis.
Quando contra-argumentam afirmando:"Não são as coisas que estão caras, é você que está ganhando pouco!", mais uma vez temos a gatunagem tentando se esconder atrás do cinismo.
Enquanto isso, o preço dos alimentos, das roupas, dos calçados, entre outros artigos, não para de subir a cada semana, ou a cada renovação de estoque, imperceptívelmente, é claro, mas facilmente  comprovável. Só não enxerga quem não quer. Sem mencionar os cartéis, como o das padarias, por exemplo, que continuam atuando livremente. 
Por outro lado, desde que o dinheiro perdeu o lastro, virou papel pintado; daí o sobe e desce do câmbio no mundo; uma bagunça generalizada que, com certeza, bem antes do que se espera, vai acabar levando à derrocada o sistema financeiro mundial.

Com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, pelo andar da carruagem, os que estão de olho nos lucros polpudos desses mega-eventos, sem citar os precedentes, com certeza, duplicarão ou triplicarão o custo dos  produtos e serviços, sempre com justificativas absurdas que a ninguém mais convence. Lógico, como de costume, sem volta aos patamares originais! A safadeza domina este país.        

No fim das contas, quem vai sofrer com isso é a população como um todo.

Ante perspectivas nada otimistas, para frear a ganância dos que pretendem jogar os preços lá em cima, o governo deveria, desde já, começar a pensar na criação de mecanismos  anti-carestia e anti-exploração através, por exemplo, de premiação, de algum tipo de incentivo ou outra medida eficaz. Caso contrário, a inflação, mascarada neste país, com base no princípio que diz: Economia indexada, inflação camuflada, que hoje deve estar entre 25 e 35% ao mês!, daqui  para  frente  chegará  a índices  insuportáveis. Os salários estarão cada vez mais defasados,  e a violência que já não é pouca, tenderá  dar a resposta aos  descalabros. Os ricos continuarão  mais ricos, e os pobres cada  vez  mais  miseráveis, um ataque frontal  aos programas sociais do  governo  federal .
Salário mínimo? isto é um acinte! insiste-se em nivelar as capacidades por baixo.
Com efeito, o salário, para ter sua justa medida, deveria ser profissional, por categorias de importância para o desenvolvimento do país. E estamos conversados.

A velha  história de que o mercado se autorregula já não tem mais cabimento, é conversa  pra

boi  dormir. O governo tem que intervir com pulso de ferro, se quiser pôr ordem na casa.


Roberto Vassallo
Graduado em Administração Pública e de Empresas na EBAPE - FGV - Rio
Jornalista. FENAJ nº 17661 - Marketing

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