segunda-feira, 27 de maio de 2013

O INCONVENIENTE


Já ouviu falar em gentilezas inconvenientes? 
não? pois bem, elas existem e se manifestam, quando menos se espera, nas atitudes de pessoas inoportunas talhadas para atazanar a vida de quem sente ojeriza a esse agrado forçado.
                                                                                                              
                                                                                                               
É realmente impressionante o número de pessoas inconvenientes que gravitam semanalmente em nosso ambiente.
Quase toda hora topamos com esse tipo de gente que, sem nenhuma cerimônia ou educação, fala coisas impróprias,
faz perguntas indecorosas, toma atitudes inadequadas, e se dá ao desplante de se intrometer onde não é chamado.
É a pior classe de indivíduos que Deus colocou na Terra, pois podem surgir não se sabe de onde e aparecerem nos  momentos mais inesperados, seja na fila dos bancos, das casas lotéricas etc. 
Enfim, sempre marcam presença indesejável nos lugares  de grande aglomeração em que é exigida paciência, compreensão e civilidade.
Acham - achar é a mãe de todos os erros -  que têm o direito de tomar iniciativa nesta ou naquela direção, a fim de prestarem um favor ou se derreterem em gentilezas sem serem solicitados.  Desse modo, apenas estão invadindo a privacidade alheia.
No fim das contas, acabam aborrecendo aqueles ou aquelas que, por qualquer motivo, não desejam ser estorvados. Pior, querendo que os outros se amoldem ao seu baixíssimo nível de análise ou avaliação.
Em vez de cuidadarem de si e dos seus prórprios interesses, terminam por faltar com o respeito aos que lhe estão próximos.
A falta de decoro é gritante nos sujeitos inconvenientes. Tanto que chegam às raias do atrevimento em virtude do seu julgamento  falho, precipitado e injusto, na maioria das vezes. Logo, passível a reações grosseiras e, em alguns casos, até violentas.
Rechaçados, logo procuram justificar suas atitudes intrometidas, na intenção de desacreditar o outro ou a outra.
As pessoas que mais erram são justamente as que mais se justificam. Porém, justificativas não reparam erros nem saldam compromissos.
Como o respeito é a alma da convivência, o inconveniente está, com frequência, violando as mais rudimentares normas de conduta e quebrando as mais comezinhas regras do bem- viver em sociedade.
A menos que a vida os ensine, a duras penas, a serem mais cautelosos e menos invasivos, seremos sempre obrigados a ficar precavidos contra esses autonomeados juízes da vida alheia.

                                                                                                          Roberto Vassallo
                                                     Publicado no Jornal da Região, em 17 de abril de 213., edição n°1.220


CONDOMÍNIO: UM PESADELO TAMANHO FAMÍLIA

Vivemos numa época de grandes transformações sociais e com essas, muitas preocupações fustigam as famílias da classe média. Uma delas é a das elevadas e desproporcionais taxas de condomínio dos prédios de apartamentos e dos parques residenciais.
As justificativas são sempre as mesmas: encargos trabalhistas dos servidores e o custo operacional de manutenção. Eventualmente, até de reformas gerais.
Em qualquer dos casos, se você é proprietário, obviamente já sabe que está pagando, e caro, para morar no que é seu! Exatamente, num imóvel comprado, na maioria das vezes, com o suor do seu trabalho investido no chamado sonho da casa ou do apartamento próprio.
Isto é um dos maiores absurdos, para não dizer abusos vigentes no país.
Claro está que o condomínio, há muito deixou de ser uma taxa para se transformar, guardadas as devidas proporções, em aluguel.
Para ser franco, trata-se de um imposto camuflado que vem penalizando a população como um todo.
Seja em casa ou apartamento, junto com o IPTU, eles têm um peso enorme no orçamento familiar, e passou a exercer uma pressão significativa sobre os índices de inflação, tão séria a ponto de ser insuportável arcar com os custos de porteiros, zeladores, seguranças, e por aí vai.
O custo social disso é terrível e só não enxerga quem não quer. Sem falar nas famigeradas cotas extras que, volta e meia assustam pegando os moradores de surpresa.
Daí, os índices de inadimplência só vêm aumentando, gerando uma crise social surda que o governo insiste em ignorar.
Ameaçado de perder seu imóvel, por ser impossível pagar o que deve, principalmente se o sujeito perder o emprego de repente; ou ainda ser obrigado a lançar mão de parte do orçamento familiar, a fim de atender a alguma súbita emergência, o jeito é apelar para malabarismos, cortando gastos essenciais para tentar sobreviver.
Em contrapartida, as administradoras querem o dela e, em muitos casos, para atingirem as estimativas de faturamento, agem com insensibilidade e empregam até certa dose de dissimulada crueldade. Fazem isso através de um organizado corpo jurídico frio e desumano.
Bem, pagando “aluguel” para morar no que é seu, na ponta do lápis, isto é, no fim de certo número de anos, a soma de toda essa dinheirama dará para comprar outro imóvel!!! Durma-se com um barulho desses!
Ainda não foi feita uma radiografia criteriosa e responsável sobre a questão, de norte a sul do país por parte do governo que  permanece omisso e indiferente diante dessa aflição social e os consequentes impactos sobre a inflação que continua maquiada por índices fictícios, já que a prioridade máxima acha-se focada  no seu controle.
Seja como for, uma coisa é certa: quem descobrir um meio de zerar a taxa condominial sem desagradar a gregos e troianos, ficará bilionário.
Existe solução para o angustiante problema? Claro! Só é preciso vontade política, empenho e criatividade.
Mas ao tentar fazer o dever de casa, o governo vai acabar ficando de saia justa.
No entanto, caso resolva enfrentar com destemor esse pesadelo nacional, permitirá a classe média continuar sustentando o sonho de uma qualidade de vida melhor.
E olha que a nossa distinta presidenta Dilma veio a público dizer que espera dobrar a renda per capita do brasileiro nos próximos anos!
O primeiro passo poderia ser a criação de um fundo bancário específico, uma loteria ou outra providência qualquer, urgente e imediata, a fim de provocar um suspiro de alívio e diminuir a preocupação daqueles ou daquelas que são obrigados a fazer milagres para conseguir fechar as contas domésticas mensais.
Ora, se o governo levasse em consideração todos esses complicadores, o sistema habitacional do país com certeza sofreria uma reviravolta, mudando totalmente de perfil.  A começar pela fiscalização das contas condominiais que passaria para o controle governamental, a fim de impedir a sonegação do imposto de renda. Além de outras medidas a serem pensadas, tendo sempre em vista a máxima conveniência social.
Acredito piamente que, se a presidenta Dilma Rousseff anunciar à população haver encontrado a saída honrosa capaz de minimizar as aflições da população neste campo específico, com toda a certeza terá sua reeleição garantida.

                                                                                                                          Roberto Vassallo

Publicado no "Jornal da Região", edição de nº  1.221 - 24 de abril de 2013.