sexta-feira, 5 de julho de 2013

A HORA E A VEZ DO "QUESTIÔMETRO"

O arcabouço jurídico que fundamenta o Estado brasileiro acha-se, desde há muito, obsoleto.
Não precisamos mais de partidos políticos, eles já não refletem os anseios da população; e o Congresso poderia muito bem subsistir sem o Senado. São estruturas caríssimas, além de  complicadas, burocráticas e ineficazes.
A fim de se dar mais voz ativa e poder participativo à população, seria necessário agir de baixo para cima; ou seja, conceder mais poder e credibilidade às associações, aos institutos, aos clubes, às agremiações, às fundações, e até mesmo às ONGs, que teriam, inclusive,  a prerrogativa política de homologar candidaturas, como uma forma democrática de legitimar a cidadania.
Os grandes sindicatos sempre atuaram como partidos políticos informais. Inconstitucional! é sempre a mesma velha e desgastada justificativa para a falta de ATITUDE.
Do jeito quer está, a base jurídica do Estado encontra-se fossilizada. A prova é a enorme e dispendiosa burocracia, causa da enervante lentidão que facilita a corrupção e impede a transparência, insustentáveis travas naturais a um país que deseja crescer e se modernizar.
Por outro lado, criou-se o "impostômetro" para revelar a estratosférica arrecadação federal, em contraste com um serviço público de péssima qualidade e gastos monumentais em áreas supérfluas, em detrimento das prioritárias, como Infraestrutura, Saúde e Educação.
No início do milênio, o cidadão trabalhava dois meses por ano para sustentar o governo. Atualmente, sacrifica-se cinco preciosos meses para a mesma finalidade.
Se sonegar é crime, impostos escorchantes e juros extorsivos também o são.
A propósito, teria os altos custos financeiros das Olimpíadas quebrado a Grécia?
Aqui, a Segurança Pública tem-se limitado à espionagem, à investigação e à repressão. Porém, jamais com a parte educativa focada no respeito, valorização e preservação da vida, que nunca foi tão banalizada como nesses dias que correm.
A insatisfação popular contra a incompetência das autoridades em atender às suas reivindicações, somada à falta de atitude e a inércia recalcitrante, é gritante. Seu compromisso tem sido com as justificativas, e não com a responsabilidade traduzida pela falta de coragem em assumir.
O clamor geral não é mais político, e sim social, com ênfase à cidadania; e a mobilização popular é eletrônica, logo, rápida e com incrível poder de ação. 
Demorou, mas o "questiômetro" chegou às ruas; portanto, os governantes que se cuidem . Até porque o feitiço acaba de virar contra o feiticeiro.